terça-feira, outubro 09, 2007

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Perspicácia e actualidade entre as qualidades de "Gato Fedorento"Projecto a prazo na RTP Nuno Migu-el Ropio"O s 'Gato Fedorento' são simplesmente fantásticos e quem disser o contrário ou é parvo ou está a mentir", garante o comediante Fernando Rocha. Aquele que é considerado por muitos como o "rei das anedotas", ou da piada fácil, não deixa de enaltecer o trabalho desenvolvido por Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis, os quatro elementos que estreiam hoje à noite a segunda temporada de 'Diz que é uma espécie de magazine', na RTP1. "Reconheço que eles são muito bons, apesar de pisarmos terrenos muito diferentes. Enquanto que optei por uma vertente mais tradicional, sem dúvida nenhuma que eles se tornaram excelentes no panorama do humor de referência", reconhece aquele profissional, rosto do concurso "A ganhar é que a gente se entende", a mais recente aposta nas tardes da SIC.Opinião semelhante é partilhada por Raul Solnado, um dos maiores humoristas portugueses, que teve oportunidade de participar no último programa da segunda série do 'Diz que é...', onde encarnou a personagem do famoso detective Hercule Poirot. "Deu-me um grande prazer porque eles ("Gato") também gostam de mim. É um sentimento recíproco. Não têm mau gosto e são muito eficazes naquilo que escrevem e representam. Que todos fossem como eles", explica o actor de 78 anos."Os textos são muitos bem escritos e traduzem bem a nossa pequena realidade. Contudo, não me refiro àquela realidade com duas semanas mas à actualidade. Dois dias depois de um acontecimento já estamos a assistir a um "sketch" de os 'Gato Fedorento' sobre essa mesma situação. Daí que lhes reconheça uma grande perspicácia", considera Ana Bola, actriz e guionista de séries de humor, que durante duas décadas manteve uma colaboração profissional estreita com Herman José, tendo também rumado recentemente à RTP, depois de abandonar o 'Hora H', programa daquele humorista na SIC.Nasceram de um simples blog, escreveram textos para a Maria Rueff e Herman José, afirmaram-se na SIC Radical e, finalmente, em 2006 rumaram à televisão estatal, sob liderança de Nuno Santos, estreando-se no horário nobre com a série 'Lopes da Silva'. As audiências ficaram aquém das expectativas. A consolidação do estatuto apenas surgiu com o segundo programa, 'Diz que É Uma Espécie de Magazine' e depois da mudança de sexta-feira para a noite de domingo. Agora, a aposta no mesmo horário mantém-se e cabe ao quarteto repetir os bons resultados atingidos durante a primeira temporada daquela série, já editada em DVD. "O humor é algo dinâmico e tem de se acompanhar a actualidade. Senão corre-se o risco de petrificar. Não me parece que as coisas possam correr mal aos 'Gato Fedorento'. Desde que mantenham a humildade que lhes conheço", considera Raul Solnado. Por outro lado, admitindo ser uma espectadora assídua do trabalho do quarteto, Ana Bola defende que a receita do grupo reside na abolição do "espirito da piaducha e adopção de um humor non-sense". "Estamos a falar de alguém que vai beber inspiração aos Monty Phyton. E atenção, estes miúdos cresceram com o humor do Herman durante os últimos 20 anos. Quando escrevi há alguns anos a 'Mulher do Senhor Ministro' a crítica estava lá, mas as personagens eram abstractas. Com eles não, pela primeira vez satiriza-se directamente os políticos", acrescenta a guionista e actriz."Não tenho problema nenhum em admitir que os vejo sempre que posso", admite Fernando Rocha. "Quem é que conseguiu ganhar o respeito da população e a admiração pela coragem, com a colocação de um cartaz em pleno Marquês de Pombal?", questiona, ainda, Ana Bola. "Queremos parar um semestre para não desgastar a imagem", admitiu José Diogo Quintela, ao JN, sobre o futuro de "Gato Fedorento" (GF). É que a ligação com a RTP termina no final do ano, tal como o contrato de exclusividade publicitária com a Portugal Telecom. "GF nasceu numa fase em que tínhamos pouco para fazer, pelo que precisamos de sossegar de novo para pensar outros formatos", disse. Hoje vai ser "mais do mesmo", confessou Ricardo Araújo Pereira sobre o regresso de "Diz que é uma espécie de magazine". RPB

in: JN

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